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Natiruts: a força do positivismo quando mais precisamos dela

Natiruts (c) Mariana Lima.jpg

27/10/2018

Foto: ©Mariana Lima

Numa noite fria que já anunciava a chegada do inverno, os fãs aguardavam ansiosamente o início do concerto para o qual os bilhetes esgotaram, num ambiente de animação e expetativa. Havia uma grande antecipação para a estreia alemã da banda reggae de Brasília no Yaam, onde nesse dia se ouvia falar maioritariamente em português e se encontraram muitas caras conhecidas.

 

Os Natiruts lançaram no ano passado o seu último álbum, Índigo Cristal, que segue uma direção mais mística e espiritual, que reflete o amadurecimento da banda, que conta já com 22 anos de existência.

 

Mas quem se preocupava com o fato de poder ser um concerto apenas de promoção das mais recentes canções, acabou por não se desiludir e “encher a barriga” com os clássicos de sempre como Presente de um Beija-Flor, Andei Só, Quero Ser Feliz Também e a eterna Liberdade Pra Dentro da Cabeça, um êxito de 1998.

 

A banda regressou ao palco depois de um requisitadíssimo encore, terminando o concerto com Dois Planetas, do último álbum, e Sorri, Sou Rei, entoado em coro pela a banda juntamente com o público, que trazia um sorriso coletivo estampado no rosto.

 

Tal como seria de prever, tendo em conta o período de tensão que o Brasil atravessa atualmente - e o teor político de várias letras da banda liderada por Alexandre Carlo - este apelou ao voto consciente ao longo do concerto, incitando várias vezes o público a entoar o famoso “Ele Não”, que se refere ao movimento contra a possível eleição do infame candidato Bolsonaro à presidência. Entre mensagens de otimismo, respeito e tolerância, a banda reforçou a importância do voto dos brasileiros como sendo decisivo para o futuro do país.

 

Partilho por fim uma das citações mais marcantes da noite, por parte de Alexandre Carlo, que ecoou na sala e nos corações de todos os presentes:

 

“Quanto mais forte o discurso racista, mais fortes serão os negros.

Quanto mais forte o discurso homofóbico, mais fortes serão os gays.

Quanto mais forte o discurso machista, mais fortes serão as mulheres, Berlim!

Ele não!”

Mariana Lima

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Mariana é fascinada por línguas e expressões idiomáticas. Tradutora de profissão, tem um espírito de curiosidade aguçado. Por vezes sente-se culpada por não aproveitar melhor a oferta cultural da cidade. Chama casa a Berlim desde 2014. 

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