Foto: Isabel Abreu e Eduardo Aguilar em "Mariphasa", de Sandro Aguilar © Promo

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Há três longas portuguesas este ano na Berlinale,  todas na secção Forum: “Drvo (The Tree)”, de André Gil Mata,  “Mariphasa”, de Sandro Aguilar e “Our Madness”, de João Viana.

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Penso que, nas longas, o "Mariphasa" é o melhor filme português, de longe. Tem uma precisão lapidar. Acho que este puzzle não-narrativo do Sandro Aguilar tem uma geografia de cinema muito própria. Desmonta paisagens e ambientes de Lisboa e transforma-os em matéria pura cinematográfica. Claro que tem uma pose sorumbática que pode, à partida, ser exasperante. Mas depois esta sinfonia de ruídos com a vida, ao som do Bob Seger e, mais tarde, do Lee Hazlewood, fazem sentido. 

Acho que há um universo fora e dentro do real que, ao som do "we've got tonight" faz um imenso sentido. Penso que é mesmo a prova que o cinema do Sandro vem das curtas, mas tem muito para dar nas longas. Há uma alquimia qualquer nas imagens - e aí, props e vénias para o grande Rui Xavier, que é o melhor director de fotografia português, a par com o João Ribeiro, que também aqui em Berlim me surpreendeu muito com o seu trabalho quase artesanal no filme do André Gil Mata, "A Árvore".

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Rui Pedro Tendinha

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"Mariphasa", Sandro Aguilar

Synopse: Paulo trabalha como segurança noturno num desactivado complexo industrial. Perdeu a filha em circunstâncias dramáticas e nenhum arrependimento lhe serviria de consolo. Dorme em casa de Luísa e aí testemunha as repetidas transgressões de um vizinho instável. Tudo ameaça estalar.