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Cesária Évora homenageada no Over the Border – Music Diversity Festival em Bonn
Foto: da esquerda para a direita - Lura, Lucibela Teofilo Chantre, Nancy Vieira, Dino D'Santiago e Elida Almeida. ©D.A. Böttger / Over the Border – Music Diversity Festival
O Over the Border – Music Diversity Festival (9 a 25 de Março) fez um tributo a Cesária Évora, que teve lugar no passado dia 16 de Março em Bonn.
Para celebrar a carreira do ícone máximo da música de Cabo-Verde, o festival, que vai na segunda edição, escolheu vários nomes sonantes do panorama musical cabo-verdiano actual - estiveram em palco Nancy Vieira, Teofilo Chantre, Lura, Dino D'Santiago, Lucibela, Elida Almeida e Cesaria Evora Orchestra.
Dino D’Santiago, uma das mais interessantes vozes de nova geração de músicos de Cabo-Verde, esteve no Festival Berlinda em 2012. Dino falou-nos da experiência no Over the Border, para o qual foi convidado pela segunda vez. Recorda o concerto de homenagem a Cesária Évora com muita alegria e orgulho: “O espetáculo foi inesquecível, foi um prazer sentir tantas vozes da nossa diáspora fundidas num so amor, esse amor pelas ilhas de Cabo-Verde.”
Nascida em 1941, Cesária Évora é originária do Mindelo, São Vicente. Aos 16 anos cantava com músicos locais pelas praças e bares da sua terra natal. A sua carreira foi de Cabo Verde até Lisboa e, mais tarde, Paris, onde acabou por fixar residência. Lá gravou “Diva de pés descalços” em 1988, que lhe valeu grande reconhecimento internacional, e “Miss Perfumado” em 1992. Deste último trabalho surgiram os temas “Angola” e “Sodade”, entre os mais conhecidos e trauteados pelos seus fãs até hoje. A partir dessa altura, a carreira de Cesária Évora gozou de uma exposição internacional sem igual – aos 47 anos, tornou-se a maior estrela da música cabo-verdiana.
Dino D’Santiago é peremptório: “Quanto se fala em Cabo-Verde, fala-se em Cesária Évora. Quem mais merecia uma homenagem como esta? Cesária consegue unir os nossos corações do barlavento ao sotavento, fundindo os criolos para que todos, em unísono, cantemos a sua obra. Foi uma intérprete exímia”.
Cesária Évora ganhou um Grammy para melhor álbum de world music contemporânea em 2004. Em 2011 anunciava o fim da carreira por causa do seu debilitado estado de saúde. A “Rainha da morna”, ou “Diva de pés descalços”, morreu no final de 2011 na sua casa no Mindelo. Um ícone não apenas em Cabo-Verde, mas no mundo – “sodade” não chega para descrever o sentimento que ficou por Cesária Évora.