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“A Toca do Lobo”, de Catarina Mourão – Premiere em Berlim
Foto © Catarina Mourão
“A Toca do Lobo” é um documentário muito pessoal, onde Catarina Mourão explora memórias antigas do seu avô, o escritor Tomaz de Figueiredo, da sua família e a possível influência da ditadura salazarista no desenrolar da sua história. O nome do filme é o título homónimo do livro do avô, que Catarina Mourão nunca chegou a conhecer. O escritor publicou em 1947 A Toca do Lobo, no qual faz reviver a sua infância e juventude, o seu romance mais conhecido e vencedor do prémio Eça de Queiroz.
O filme é narrado na primeira pessoa pela realizadora e pela sua mãe, Maria Rosa Figueiredo. Fala sobre família, ausência e memórias, entre elas a Casa de Casares, onde se encontra o espólio do avô de Catarina, e onde a realizadora não conseguiu entrar. “No início parecia-me muito importante entrar lá mas no final de contas até foi bom assim. Por vezes portas fechadas dão-nos mais espaço.” A estreia mundial deste documentário teve lugar no Festival de Cinema de Roterdão, Holanda, e já passou por vários outros festivais. Em Portugal, estreou no IndieLisboa 2015 e venceu o Prémio do Público para Longa Metragem.
“A Toca do Lobo” tem argumento e realização de Catarina Mourão. A música está a cargo de Bruno Pernadas, cuja composição musical a realizadora considera “muito cinematográfica”. Como se deu então esta colaboração? Simples, segundo Catarina Mourão: “Perguntei-lhe se queria trabalhar comigo e ele aceitou.”
No dia 16 de Outubro, o filme “A Toca do Lobo” foi exibido em Berlim no festival de cinema documental Doku.Arts. Catarina Mourão esteve presente numa conversa com o Prof. Dr. Sérgio Costa, do Instituto da América Latina da Freie Universitat Berlin, que dirigiu uma sessão de perguntas e respostas após a projecção do filme. A Berlinda teve a oportunidade de estar presente e participar no debate, no qual Catarina Mourão contou como gosta de trabalhar a ideia do “inconsciente” no cinema documental. Ao longo do processo de criação, ainda estava a descobrir coisas novas acerca do seu avô e da sua família. Desta forma, “este projecto também é um filme sobre como fazer um filme”.
“Há cinemas a apostar no cinema português mas é difícil arranjar público“, refere a realizadora. Ainda assim, “A Toca do Lobo” estreou nas salas portuguesas a 3 de Novembro e está a ser exibido em várias cidades um pouco por todo o país: Lisboa (Cinema City Alvalade e Cinema Ideal), no Porto, (Teatro do Campo Alegre,) em Leiria, (Cinema City), e em Setúbal (Charlot).
A realizadora defende que uma das formas de melhorar a aceitação de filmes nacionais por parte do público português poderia passar por utilizar o cinema no ensino, de forma a formar público. “Poderia existir algo semelhante ao plano nacional de leitura mas virado para o cinema.”
Catarina Mourão está neste momento a trabalhar em novas ideias para o seu próximo filme “Já estou a recolher material para o próximo projecto que também será baseado em imagens de arquivo, com o tema praia nos anos 50.”
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