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Bixa Travesty – um documentário para abrir mentalidades e apelar à igualdade de direitos LGBT

Foto: "Bixa Travesty", Claudia Priscilla Kiko Goifman © Nubia Abe. Direita: Linn da Quebrada posa para a Berlinda após o filme © Berlinda

“Bixa Travesty” é daqueles filmes que talvez não deva ser visto em jejum; o melhor é ter já mastigado alguns conceitos como igualdade de direitos, machismo ou transfobia.

A Berlinda esteve na projecção do filme da dupla brasileira Claudia Priscilla e Kiko Goifman, presente na secção Panorama da Berlinale. Assistimos posteriormente a uma conversa com os realizadores e a própria Linn da Quebrada, que foram recebidos por uma plateia muito entusiasta e sob fortes aplausos.

O documentário aborda a vida de Linn da Quebrada, a mais recente estrela do Funk brasileiro, que se auto-intitula de Bixa Travesty - homem? mulher? O que destingue cada um e qual a diferença afinal?.

O filme propõe um mergulho na cena musical produzida por artistas transsexuais no Brasil, mais concretamente em São Paulo, onde se passa toda a ação. Linn da Quebrada faz-se acompanhar da sua “companheira de guerra” Jup do Bairro, com quem faz concertos que movem um público com sede de liberdade de expressão e que tem vindo a crescer nos últimos tempos.

“Este filme não é sobre a Linn da Quebrada, é um filme com a Linn da Quebrada”, referiu o realizador Kiko Goifman. Durante a sessão de perguntas e repostas, os realizadores explicaram que a narrativa do documentário foi criada em conjunto pelos três, com Linn a contribuir activamente nas decisões durante a realização e montagem do filme.

“Este é um filme político, sobre um corpo político”, referiu Claudia Priscilla. “Bixa Travesty” passa, de facto, uma clara mensagem de batalha contra o machismo e a transfobia. Apoiado nos discursos tenazes de Linn sobre o tema da transsexualidade no Brasil, o filme revisita alguns dos concertos onde a protagonista passa a sua mensagem de luta pelos direitos LGBT através das suas músicas com letras bastante explícitas e provocadoras.

Linn da Quebrada ficou conhecida após o lançamento da música "Enviadescer", que conta já com mais de 500 mil visualizações no Youtube.

Quando questionada sobre “Bixa Travesty” e o seu percurso musical, Linn mencionou o momento histórico que estamos a viver, auto-intitulando-se não como a voz do Brasil mas como “um eco de várias vozes”.

A certa altura no filme, Linn da Quebrada menciona que todos temos o direito de ser felizes, independentemente do sexo, cor da pele ou classe social. A pobreza, a vida nas favelas, a segregação racial e a prostituição são temas tratados sem preconceitos. As questões da pertença, falta de afectos e o medo de estar sozinho são também abordadas em “Bixa Travesty”, que toca assim em vários temas urgentes com os quais a sociedade Brasileira se depara actualmente.

 

  

 
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Rita Guerreiro

Licenciada em Audiovisual e Multimedia pela ESCS – Escola Superior de Comunicação Social (Lisboa), chegou a Berlim em 2010. Depois de ter participado em vários projectos de voluntariado e iniciado o Shortcutz Berlim, juntou-se à nova equipa Berlinda em 2016 e desde então contribui com vários artigos e entrevistas para o magazine. 

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